Assim como a informatização atualmente, a eletrificação há alguns decênios, e mais precocemente ainda a industrialização, como ondas a que ninguém escapa por pouco, que esteja em seu caminho, a psicanálise sofre hoje, com chicotas, uma rebentação: aetificação.  Afirmaremos que assim etificada a psicanálise simplesmente não tem lugar.  Que está, portanto, em vias de ... morrer de ética.  Sem sabe-lo.  Calamidade. Não de trata mais de supereu, aqui chegou a ética: não se trata mais do caso clínico, aqui chegou uma clínica do fato social: não se trata mais de método, aqui chegou o analista sabedor: não se trata mais de explicar a experiência, aqui chegou a psicanálise como ideologia.  Esta quádrupla calamidade, entretanto, tem seu reverso de revelação ou de confirmação (pois Freud já sabia e sustentava isso): não há ética psicanalítica.